Estar calmo lá fora.
Pode-se observar as crianças dormirem sem pesadelos, como se
alguem lhes cantassem ao ouvido.
...
Aqui dentro os fantamas jamais desaparecerão, envelheceremos e
lá continuaram a nos desespearar. Permanecem pela eternidade.
Não se escuta a música pueril, são gritos que ecoam em especial.
Ouço a voz de uma criança
perdida
... por medo eu corro.
Infectado pela insegurança eu procuro o silêncio, então caminho
adiante.
Encontro um campo de cinzas vermelhas, e no terceiro passo de
curiosidade me descubro observado.
Como uma bota nova alguem me prende com força pelos pés, me fita
então o menino que me perseguia. Observa-me com olhos de condenação.
Antes mesmo de pensar em lhe aplicar alguma resistencia
Os braços do menino despedaçam-se semelhante a areia que é
levada pelo vento.
Me dou a entender de onde vem as cinzas que me tinham furtado a
curiosidade. Nesse momento minha visão antecedeu o desespero, e vi as cinzas se
darem a forma de ratos. Eles vieram até mim aos montes, me envolveram os pés para depois me roerem por
completo as carnes.
...
A luz continua queimando lá fora.
E as crianças ainda dormem como se nunca tivessem hora para
acordar.
Enfim uma desperta, e como se eu fosse a sua sina. O abrir de
olhos foi tão rápido, tão violento, tão terrivel que ela quis acrescentar um
sorriso – como que esse fosse a essencia de sua malevolência.
Eu a observei, mas não por muito tempo, pois suas pulpilas agora
eram um turbilhão de carne lacerada e sangue. Cai eu ao chão, pois desses dois ingredientes eu estava nu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário