Pelo desejo malicioso de uma criança nasceu o Divino Amor.
Apolo, o deus de todas as maravilhas, teve o seu coração ferido. E esta ferida jamais cicatrizará.
Com Carmim envolve-se a paixão, e a contragosto, numa seta dourada, ela foi habitar no núcleo do Sol.
O coração de Apolo, que inclinou para a excelsa ninfa, que carrega no peito o desamor plúmbeo.
A seta de chumbo do cupido no coração de Dafne; no de Apolo, ouro que sol algum derreterá.
“ Assim voaram o deus e a virgem: ela com as asas do medo; ele com as do Amor.”
Apolo!
Os raios do teu amor clarearam distancias e mais distancias, luzindo até o fim do mundo...
Aquecendo-o.
Todavia, ela como um espírito invisível permanece enregelado, como pedra neutra no fundo d’oceano.
Apenas tu não percebeste.
Então ela resolveu lançar raízes sobre a terra. Curvou-se ao silencio e a inercia. Que apenas o vento poderia ser livre para balançar os seus cabelos e murmurar nos ouvidos.
Apolo!
Tu beijaste a madeira enfim,
Porém, até os ramos
Afastaram-se dos
Teus lábios.
D’arte
Santana-AP.
02/09/2011
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