quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

HOSANAS!!!

Inferno (lúcifer) - Ilustração de Gustavo Dore



Conforme narra nossa cultura ocidental e alguns pensamentos submersos na insônia, esperava eu (com temor dantesco no coração) encontrar uma turba cruel de demônios satisfazendo-se divido os constantes ferimentos e mutilações infligidas nas pobres almas que ali se encontravam.


Triste engano. O inferno em nada se assemelha com o fundo de um poço ou um tipo de caverna vulcânica retratada nas obras artísticas. Não há chamas, nada disso é verdade.


Os passos meus perdiam as força (mesmo caminhando por pouquíssimo tempo) sem encontrar um caminho exato para seguir. E agora, mais do que nunca a horizontal linha telúrica tornou-se impossível de fitar.
Sem animo, sigo adiante... à frente o deserto... recoberto por poeira. Angustiante é sentir a ausência do ar nos pulmões e o desejo humano de pranto. Aqui nenhuma manifestação de sentimento é permitida.


Por mais contraditório que parece o frio nos invade por completo, enregelando qualquer sinal de esperança que ouse nascer no coração.


A solidão é o principal suplicio. Ausência  de pessoas e os seus  gritos de gritos lancinantes. A única cena real que o pensamento humano conseguiu imaginar foi o céu coberto de trevas (uma típica cena de juízo final). Esmagando-nos com sua escuridão, com a inexistência de um Deus julgador.




Ronan D’arte.



Texto experimental para “as cartas do inferno”


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